27 abril 2009

Desconstrucao do Passado


(Gênesis 37 a 50)

Todos nós temos lembranças da qual podemos pensar, algumas com sentimentos de alegria, outras com tristeza, e ainda outras que, se pudéssemos, esqueceríamos e não tocaríamos mais no assunto.
            A grande verdade é que o passado tem o seu lugar, faz parte do que somos hoje e de toda a nossa história. Seria complicado demais viver como a Dory do filme "Procurando Nemo", sem memória, sem história, sem fragmentos, sem passado. Abandonada em pequenos momentos de sua existência.
            José foi uma personagem marcada pelo passado, rejeição, inveja, traição, abandono, saudade etc. Foi desejado apenas para a satisfação pessoal de Raquel (Gn 30:23-24), pois esta queria ser mãe, ficando a mercê da necessidade do outro, foi traído por seus irmãos, caluniado pela esposa de Potifar, isolado na prisão, teve sua vida decidida por todos, menos pelos seus próprios desejos. Além do pai, quem ligava para ele?
            Embora todos pensem que recebeu cura ao se tornar governador do Egito, o nome que dá aos filhos mostra o contrário, pois fala de aflição e esquecimento. Toda vez que afirmamos categoricamente algo, devemos desconfiar, pois nosso inconsciente pode estar gritando o oposto. José trazia resquícios da falta de cura do passado e isso se evidencia quando seus irmãos o procuram pedindo ajuda.
            Quando não trabalhamos o passado, somos marcados por feridas, afinal, ele confronta quem somos hoje.
            Li uma história (mito) de uma moça que foi raptada por um ser terrível, e ao ser resgatada, percebeu que comeu uma romã e por isso, duas vezes ao longo de cada ano, ela precisava voltar até ele e ser a rainha dos mortos. Assim é o passado não trabalhado. Pensamos ter superado, colocado uma pedra em cima, mas volta e meia, o pedaço da romã emerge e nos lembra de onde viemos, nos encarcerando e nos fixando nos piores sentimentos.
            Jesus (Lucas 9:62) nos ensina a não ficar lá trás, como fez a mulher de Ló, em que seu coração estava no que viveu e não no novo que Deus tinha para sua vida.
            Mas como superar? Não há fórmulas prontas. Quem nos capacita é o Pai, é Ele quem nos dotará de forças, de bravura, mas lembre-se, ficar preso no passado, não o ajudará, nem deixar de enfrentá-lo.
Tome coragem, vença seus medos, seu orgulho, seu menosprezo por você mesmo. Libere perdão aos outros e a você. Pare de culpar Deus, Ele tem propósitos e desígnios que podemos não saber, mas são bem melhores. Se confesse, pois a fala também é terapêutica. Faça vínculos, conte com a Igreja. Siga o caminho da Cruz. E principalmente: ESCOLHA VENCER!

Como diz uma pessoa especial: "Deus quer em nosso presente desconstruir nosso passado e construir nosso futuro"

Fiquem na paz!!!


“Não há ninguém santo como o Senhor; não há outro além de 
Ti; não há rocha alguma como o nosso Deus”. (I Samuel 2:2)

Rodrigo Gouvêa

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