03 novembro 2007

Não quero ser gatinho




Uma vez houve um leão, tão bravo q qdo soltava a voz os outros animais tremiam. Andava selvagem, livre pela floresta, até o dia em q caçadores o pegaram numa rede e o colocaram numa gaiola. Q fúria! Ele se debatia, urrava, batia nos ferros mas n adiantou, ele n tinha como sair da gaiola.
Com o tempo, tiraram o leão e o trabalharam usando chicotes e comida como recompensa, até o dia em q se podia passar a mão no leão. E acredite, o leão até q gostava dos carinhos, afinal, tanta atenção assim, quem é q n gosta?!
Um pouco mais de tempo e colocaram o leão com os leões, todos já devidamente domesticados. Q grande maravilha, ali reinava a santa paz, sem perturbações nem rugidos. E falando nisso, de vez em qdo o leão rugia mas logo vinha o treinador dizendo q n se devia agir assim. Com o tempo n se ouvia mais a voz do leão, ele se acomodou no sofá da cela, vivia tranqüilo com os outros leões, recebendo o carinho dos treinadores, o processo estava pronto!

Mas num certo dia, nosso leão doméstico ouviu um outro leão lá fora q havia acabado de ser preso, ainda selvagem, perturbado de raiva sem entender o motivo da prisão, urrando com todo fôlego, sacudindo a cela querendo sair... Assim como ele foi um dia. Isso o lembrou dos tempos passados qdo era livre, qdo tinha razão na vida. Ele n teve dúvida, fugiu da cela, se machucou, se arranhou mas sobreviveu. É bem verdade q os outros leões o desaconselharam mas ele n se intimidou, agora era livre novamente.
Seguiu o rumo pra o qual foi criado.
O leão n nasceu pra ser domesticado.

O q vemos hoje é uma igreja domesticada, tudo certinho, nos seus moldes, lotada de pessoas contentes em deitar nos seus sofás aconchegantes recebendo carinhos do seu pastor de vez em qdo mas n realizando nada em sua volta, na sua vida ou no mundo. Esqueceram do tempo do primeiro amor, do tempo da conversão onde havia uma paixão pelas almas, pelo evangelismo, do tempo em q eram selvagens.
Esse tempo passou qdo um treinador chegou por perto pra informar q n era bem assim, q era necessário ser quietinho, calmo, tranqüilo, q n podia abrir a boca pra nada - nem pra gritar sobre o inferno e sobre os pecado.
O colar é colocado sobre o pescoço do crente até q ele seja domesticado, até q esteja nos moldes como os outros crentes. Nos colocam um terno, um vestido, e o pior: pensamentos pré-determinados sobre como devemos ser, pensar e agir.
Nos esquecemos q sabemos rugir, e em vez disso, agimos como gatinhos domésticos ronronando e nos esfregando na perna dos q passam ao nosso lado. “Q gracinha, q gatinho bonzinho, só pode ser crente, tem jeito de crente, tem cara de crente, tem vestes de crente...” Aff! Tenho nojo. Como se meu jeito, minha cara ou minhas vestem fossem me levar pro céu.
A igreja tem se perdido tanto na sua direção q nem sabe pq existe mais. A igreja era um ponto de envio, hoje é uma gaiola, onde os q estão fora criticam os q estão dentro e os q estão dentro criticam os q estão fora, mas tudo muuuito superficial. Algumas pessoas saem da “igreja” mais rápido do q entraram, e n é pq n querem Jesus, o q eles n querem é ser domesticados. O q se apresenta pra os novos convertidos n é Jesus, é um sistema de moldes determinados. Quem segue vai pro céu.

Ai ai, há uma guerra pra guerrear, e gatinhos domesticados não vão colocar medo em ninguém. Se esfregar na perna do inimigo vai fazer com q ele passe a mão em sua cabeça e lhe dê um bico tão forte q o gato vai ficar tonto, o coitadinho pacífico!

De vez em qdo, um desses gatinhos ouve um rugido forte lá fora e se lembra de quem ele é, de como Deus o criou. Ele olha pra aquela janela bem pintada, com traços de ouro e prata e vitral grego com o símbolo da cruz no centro e... quebra tudo... Sai correndo e sente livre mais uma vez. Alguns entram em conflito pois o q foi apresentado antes era o significado de ser livre. Mas agora ele percebe q na verdade estava engaiolado. Se volta n contra a igreja, pq reconhece q a verdadeira igreja é ele mesmo, e vai a procura da floresta. Lá encontra os q são como ele, seu bando, sua turma, sua galera... N de gatinhos mas de leões.
Provavelmente vai ser chamado de rebelde, de desviado... Será q os desviados n são aqueles q estão lá dentro, todos desviados do propósito pelo qual foram chamados? Enganados pela falsa definição de liberdade. As vezes tenho medo q a igreja se torne aquela mesma “igreja” q Jesus combateu, criticou e odiou. Aquela religião q estava surda aos clamores do mundo pq o barulho das suas festas santas era muito alto.

Pra onde vou ouço gente dizendo q n ta contente com o sistema religioso dessa geração (e essa é a minha galera). Gente q tá revoltada, pq ta mais preocupada em adorar verdadeiramente, ta chorando pelas almas perdidas, ta vendo o nome de Jesus ser profanado, enquanto os fariseus têm seus grandes anéis de brilhante sendo beijados pelos seus gatinhos.

Vejo a hora onde as pessoas vão redescobrir suas vozes e parar de fingir q ta tudo bem numa igreja cheia de pecado e hipocrisia.
Chegou o tempo de descobrirmos nosso coração selvagem e voltarmos ao propósito inicial de nossa vida.
Eu clamo pra q o rugido do Leão de Judah ecoe e alcance os ouvidos dos q querem ouvir.

Miaaaaauuu não.
Uuuaaaaaaarrrrrrr!!!!!

Abraços, paz e até a próxima.
Direto de Narnya City, Lah King’s Son.

“Nós construímos igrejas que se tornam nada mais do que lugares para os da fé se esconderem enquanto fingem que suas ações estão boas e frutíferas para o mundo”.
Erwin Raphael McManus

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