22 outubro 2008

A maconha e a confissão dos candidatos a prefeito do Rio

Um candidato à Prefeitura do Rio diz que quando bem jovem, por curiosidade, tragou um cigarro de maconha e não gostou do "barato". O outro, de mais idade, como de há muito é público e notório sempre defendeu a sua legalização, foi usuário da maconha e hoje afirma.que abandonou o vício. Também renegou o "barato". Os depoimentos, de quem provou e de quem foi usuário, pelo menos corroboram a tese dos que combatem convictamente, como este articulista, o uso de drogas, em verdade um falso "mundo colorido" que vitima jovens no mundo todo e onde o ambiente familiar também é frontalmente vitimizado.

A droga continua sendo uma ameaça constante às nossas portas. Vivenciamos um mundo onde as estruturas sociais, a organização familiar e o relacionamento interpessoal, em flagrante declínio, permitem que a droga, pela promessa (falsa) de um prazer contínuo, apresente-se aos mais jovens como um objeto sedutor de fuga. Quando não há prazer junto à família, na escola, na universidade, no trabalho, no esporte, na religião, no lazer sadio, a droga pode substituir falsamente.

Nem sempre os experimentos quanto à tolerância ao uso de drogas têm produzido avanços mundo afora. Em 2001, na Inglaterra, o comandante da polícia do distrito de Lambeth decidiu que no bairro de Brixton, uma localidade pobre de Londres, com o intuito de liberar agentes para combater crimes mais graves, os usuários de maconha seriam apenas advertidos e, no máximo, sofreriam a apreensão da droga. Um ano após, a experiência foi interrompida. Brixton se tornou um centro de drogados, onde a maioria dos habitantes detestou o convívio com os usuários das drogas e a polícia sentiu-se enfraquecida na impossibilidade de deter e interrogá-los, privando-a de obter informações sobre traficantes. Verificou-se também que os acidentes de trânsito cresceram. O uso da maconha, tal e qual o álcool (droga lícita), afeta diretamente o cérebro onde são processadas as informações necessárias para a condução de um veículo, retardando a atitude do motorista ante os obstáculos que se apresentam na via.

Um estudo apresentado num congresso médico na França, em 2005, mostrou que cerca de 40% das pessoas com menos de 30 anos que morreram em acidentes rodoviários naquele país, entre 2001 e 2004, dirigiam sob o efeito de maconha. Entre os que haviam fumado a droga - cerca de 800 pessoas por ano - quase ¾ o fizeram uma hora antes do acidente. Há que se considerar ainda que o princípio ativo da "cannabis sativa" (a maconha), o tetrahidrocanabinol, THC, por mais se fale da droga para uso terapêutico, é hoje mais potente, trazendo seríssimos danos ao sistema nervoso central, face ao uso contínuo, dando causa à chamada síndrome amotivacional, um permanente estado de letargia.

Um relatório da Agência da ONU contra Drogas e Crime (UNODC), divulgado em junho de 2007, revela que houve aumento no consumo de drogas no país nos últimos anos. Segundo o estudo, o crescimento vai na contramão do restante do mundo, que registrou estabilidade. Por isso o Brasil hoje também é uma das principais rotas do tráfico internacional. De acordo com o relatório, o percentual de brasileiros que consome maconha subiu de 1% para 2,6%, entre 2001 e 2005. No mesmo período, subiu de 0,4 para 0,7% o percentual dos usuários de cocaína. Os entrevistados tinham entre 15 e 64 anos. O Brasil registrou o maior aumento no consumo de maconha entre países da América do Sul. Segundo a UNODC, a produção da droga no país não é suficiente para atender à demanda, o que faz com que a droga seja trazida do Paraguai. Outro resultado surpreendente e negativo para o país é o de maior consumidor de ópio (heroína) da América do Sul. São 600 mil pessoas que consomem a droga no Brasil.

Como visto, o consumo de drogas ilícitas no país cresce a passos largos. Por mais paradoxal que seja, as recentes declarações dos dois candidatos à Prefeitura do Rio trazem à tona novamente a necessidade de discussão aberta do importante tema em que os jovens e seus responsáveis precisam estar permanentemente alertados sobre os perigos deste mal. É preciso discutir a questão das drogas e esclarecer, no seio social e familiar, aos mais jovens que há meios mais sadios de satisfação humana do que o caminho (falso) do "mundo colorido" das drogas, na busca de estados alterados de consciência. O amor à família, o estudo, o trabalho, o esporte, a religião, o lazer sadio e o relacionamento social salutar são os verdadeiros caminhos da plena consagração humana. Quem usa drogas financia as armas do tráfico e a violência. Quem se ama não se droga.

Um comentário:

Reinam Ribeiro disse...

Vejo esse aumento do consumo de drogas em minha vizinhança. Jovens que vi quando eram crianças usando maconha por diversão, sem discernir o caminho obscuro por trás das cores. Não é fácil mostrar o tamanho do erro que estão cometendo, mas ao olhar alguns exemplos de jovens que há 5 anos se drogam podemos perceber que suas vidas não saíram do lugar. Profissão, família, casa, nada anda, se ao menos conseguirem olhar esses resultados e ver como é muito melhor escolher o caminho que Deus preparou, certamente ainda haverá esperança. Em Deus sempre há uma nova chance, uma nova vida.

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